Blasfemar contra o Espírito Santo (Marcos 2.29) - ICP Responde


Blasfemar contra o Espírito Santo (Marcos 2.29) - ICP Responde


Comentário apologético: Há certas palavras traduzidas por “blasfemar” que aparecem 56 vezes no texto grego do Novo Testamento. O verbo grego blasphemeo, por sua vez, ocorre 34 vezes, e o seu sentido é: “falar acusatoriamente”, “injuriar”, “descompor” e “caluniar”. Já o substantivo blasfhemia, 18 vezes, significa “injúria”, “detração”, “difamação” e “fala injuriosa”. As outras quatro ocorrências estão na forma adjetiva. Segundo Joseph Thayer, o sentido que deve ser atribuído à blasfêmia é a “falar injuriosamente contra o bom nome de alguém ou, ainda, falar de forma injuriosa contra a majestade divina”.

Todavia, o pano de fundo que nos dá a compreensão do significado desta palavra se encontra no Antigo Testamento, onde constatamos algumas palavras sinônimas, traduzidas por “blasfêmia”. Os termos hebraicos gadap (Nm 15.30), hârap (2Rs 19.22), nâqab (Lv 24.16) e nâ’ats (Ne 9.18) são traduzidos, respectivamente, por “injuriar” (pessoas), “blasfemar” (contra Deus); “reprovar”, “blasfemar”, “desafiar”, “insultar”, “censurar”; “blasfemar”, “nomear”, “desprezar”, “rejeitar”e “abominar”.

O substantivo “blasfêmia”, por exemplo, que aparece no Salmo 74.10, pode ser traduzido por “dizer coisas duras”, “censurar”, “zombar”. Logo, o termo blasfemar tem o sentido de “falar” (não apenas “pensar”) de forma deliberada e consciente contra a autoridade divina.

Voltemos ao texto de Mateus 12.31-32. Não obstante esta porção bíblica ter sofrido as mais variadas interpretações, há praticamente um consenso entre a erudição bíblica sobre o seu significado. No contexto do Novo Testamento, a palavra “blasfêmia” (mais especificamente na referência em análise) mantém o sentido de “atribuir ao diabo aquilo que é obra de Deus”, o que é uma injúria e um insulto contra Deus. No contexto em estudo, Jesus tinha acabado de libertar um endemoninhado “cego e mudo” (v. 22). Diante de uma demonstração inequívoca do poder do Espírito Santo, operando por intermédio de Jesus, os fariseus, motivados pelo orgulho religioso, murmuraram: “Este não expele os demônios senão pelo poder de Belzebu, maioral dos demônios” (v. 24). Os fariseus atribuíram a Satanás aquilo que era obra do Espírito Santo, e Jesus disse que isso era blasfêmia.

Mas por que tal atitude se constituiria em pecado imperdoável? De acordo com o evangelho de João, o Espírito Santo é quem “convence do pecado” (Jo 16.8) e, sendo blasfemado, injuriado, tendo suas obras atribuídas a Satanás, quem irá convencer, agora, o homem?

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