Se Judas havia morrido, e Matias, seu substituto, ainda não havia sido empossado, como Jesus poderia ter aparecido aos doze apóstolos? ICP Responde


Se Judas havia morrido, e Matias, seu substituto, ainda não havia sido empossado, como Jesus poderia ter aparecido aos doze apóstolos? ICP Responde


"E que foi visto por Cefas, e depois pelos doze" (1Co 15.5).

Analisando os eventos da aparição de Jesus após sua ressurreição, encontramos a informação, do apóstolo Paulo, de que Jesus apareceu aos doze apóstolos logo ao deixar a tumba. A dúvida gerada é: se Judas havia morrido e Matias ocupou seu lugar tempos depois, Jesus não deveria ter aparecido somente para onze discípulos? Por que Paulo citou doze ao escrever aos crentes de Corinto? Isso não afeta e denigre a inspiração da Bíblia e a crença na ressurreição de Jesus?

Primeiramente, "é um erro comum, não raramente feito pelos cristãos, mas também pelos não cristãos, pensar que a ressurreição de Cristo é crida pela Igreja cristã com base na inspiração da Bíblia, colocando-se, assim, em primeiro lugar, a crença na inspiração e, depois, como resultado dela, a crença na ressurreição [...] A crença na ressurreição de Cristo existia durante quase uma geração antes de serem escritos os primeiros documentos do Novo Testamento [...] Por ser esta a ordem histórica, é também a ordem lógica". Ou seja, a ressurreição é verdadeira por si só, pelas testemunhas oculares, pelas inúmeras provas históricas e, para os cristãos da Igreja primitiva, isso não dependia do fato de a Bíblia ser inspirada ou não. As Escrituras trataram apenas de documentar esse evento.

Em segundo lugar, os opositores da Bíblia e da ressurreição de Jesus vão dizer que são poucos e contraditórios os argumentos cristãos que defendem esse acontecimento sobrenatural. Mas isso não condiz com a verdade. Devido à prolixidade do assunto, não serão debatidas, neste espaço, as provas da ressurreição, mas somente a aparição de Jesus "aos doze".

Os cristãos não têm apenas parcos argumentos da ressurreição de Cristo, como dizem os opositores. Não são apenas dois ou três argumentos a favor, mas inúmeros. Ao longo do tempo, todas as dúvidas postas pelos críticos foram respondidas com muito requinte pelos teólogos e apologistas. Basta pesquisar em bons livros de teologia e apologética, por exemplo, que as defesas elaboradas são muitas e totalmente convincentes. A verdade é uma só, como sempre ocorre: as críticas são fundamentadas em pressupostos "viciados". Se o crítico partir para uma análise partidária de qualquer disciplina cristã, de forma tendenciosa, prevendo um final que lhe interessa, tentando tão-somente "desmascarar" os pontos imprescindíveis da fé, sua análise não será verdadeiramente séria e, no fundo, inclinará aos seus interesses particulares.

Em terceiro lugar, a negação da ressurreição de Cristo coaduna melhor com os ideais filosóficos e materialistas dos céticos. O próprio Jesus alertou sobre o fato de que muitas pessoas preferem viver à margem da verdade ética, moral, religiosa, porque seus hábitos não são condizentes com os princípios estabelecidos por Ele e pelo evangelho (Jô 3.19-24). Todavia, isso não significa que todos os intelectuais não-cristãos são céticos quanto à ressurreição ou que não há possibilidade de admiti-la sob hipótese alguma.

Em quarto lugar, não há contradições nos relatos bíblicos das aparições de Jesus aos seus apóstolos e seguidores. A sequência das aparições é a que segue:

Aparição de Jesus ressurrecto / Referências bíblicas

1) A Maria Madalena / Marcos 16.9

2) Às mulheres que retornavam da tumba / Mateus 28.8-10

3) A Pedro, em Jerusalém / Lucas 24.34

4) Aos dois discípulos que iam para Emaús / Marcos 16.12 e Lucas 24.13-32

5) Aos dez discípulos / João 20.19-25

6) Aos onze discípulos / João 20.26-29

7) Aos sete discípulos junto ao Mar da Galiléia / João 21

8) A mais de 500 pessoas / 1Coríntios 15.6

9) A Tiago / 1Coríntios 15.7

10) Aos onze discípulos em um monte da Galiléia / Mateus 28.16

11) No Monte das Oliveiras, em Betânia / Lucas 24.50-53

12) Ao apóstolo Paulo no caminho para Damasco / Atos 9.3-6 e 1Coríntios 15.8

O apóstolo Paulo menciona poucas pessoas e situa Pedro em primeiro lugar. Isso, no entanto, tem uma explicação: "Paulo não deu uma lista completa, mas somente a que tinha importância para o seu propósito. Desde que apenas o testemunho de homens era considerado legal ou oficial no século 1o, é compreensível que o apóstolo não tenha listado mulheres na defesa que ele fez da ressurreição".

Em último lugar, tanto Paulo (1Co 15.5) quanto Marcos (Mc 16.14; Jô 20.19-25) redigiram números cheios naturalmente, pois utilizavam o termo no sentido coletivo, tendo em mente o colegiado apostólico e não um número definido de pessoas. "A expressão, 'os doze', entretanto, era usada como termo genérico para se referir aos apóstolos originais de Cristo, designando seu ofício apostólico e não seu número exato".

Por Gilson Barbosa. Saiba mais... www.icp.com.br

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Satanás pode ouvir nossos pensamentos? ICP Responde

Por que os cristãos creem na Bíblia se ela foi corrompida ao longo dos anos? ICP Responde

Refutando as Testemunhas de Jeová - Defesa da Fé Especial - (Digital)